Alice PEIXEIRO, de Covilhâ
(Portugal)
Coupe d'honneur d'or A.E.A.
2004
NADA SOU
Encontrei-te no caminho
Da vida.
Por teus olhos turvos
Passara há muito,
O clarão da juventude.
Meu andar jovem,
Para acompanhar o teu,
Teve de dar um passo,
Em dois.
Tinhas fome.
Escolheste-me
No meio de tanta gente
Que passava por nós.
Porquê ?
Eu tinha pressa !
Seguia a minha vida
Tão importante !
Era a minha vida !
Não compreendias
Que eu estava impaciente.
Porquê eu ?
E os outros também passavam !
Aquela moeda,
Ignorada no fundo do boiso,
Era o que necessitava,
Para aplacar a minha consciência.
Mas de repente OLHEI para ti,
E vi-me 30 anos à frente.
Vi- O, através de ti,
E dei falando contigo
Palavras…
E na minha alma
Estava- Te vendo,
Num filme invisivel,
Que passava lento,
Trazendo recordações
Amarrotadas,
No caixote da vida.
E afinal eu,
Eu não tinha
Nada tão importante
A fazer.
A minha vida era fùtil !
Aquele homem,
Era sum sser como eu.
Tinha uma alma
Como eu,
E tinha fome.
Isso sim
Era importante.
Tinha falta de carinho !
Queria sentir,
Meu calor jovem,
Noseu desspedir
Agradecido.
Do nada que Ihe.
Parei,
E levei-o comigo.
Reparti com ele,
O nada.
Dei-Ihe um nada de comida.
Um nada de pão,
Um nada de vinho,
E isto recordou-me
O que TU fizeras,
E também TU me agradecias
Como o seu olhar,
Como o TE agradecerei
Para a vida inteira,
O nada que me mostraste
Que eu sempre fui,
JESUS.
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